"Eu devia ter mudado com ela!" Ele disse, e eu passei boa parte da noite, ou madrugada, tentando subvertê-lo. Infelizmente, tentei fazer isso. Ele é um bobo, como avisei n'outro: o jovem pan é um tolo. Pena não conseguir livrar-me de toda aquela influência. Aquela da menina dos olhos grandes, que entupiu-me de toda aquela "analização".
O outro menino subiu e foi dormir. Com o medo de sempre em dizer sobre o coração alheio. Medroso, eu o chamo. Prudente, ele se diz. Vai fazer análise, como a dos olhinhos me ensinou, e como o palhaço que evoca a chuva diz em seus versos.
Ele a ama. Ela o ama. "Nem mais nem menos". E disso sei desde o "once upon a time...", mas ele insiste em dizer de suas ferrugens. Aquelas mesmas que carcomem os carinhos que entregamos.
O outro menino ficou perto, e fingiu certa maturidade, e digo que, se fingiu, o fez de maneira excelente. Foi duro e sincero como não pensei que conseguiria ser. Falou de seu cordão sem se preocupar. Pela primeira vez se colocou. Como eu, certamente, gostaria de fazer.
Preciso conseguir as caixas e reunir meus livros. Tá acabando o primeiro ano, tá chegando o verão. Tudo foi tão intenso como só meus pés suados podem dizer. O moço comprou um fusca e deu-me carona, senti o cheiro da gasolina e notei o "segurador" original de fábrica. Parecido com aquele do meu tio, quando feliz e ingenuamente , acho, íamos para a praia. Até atropelarmos o rapaz. Sinto saudades dos carangueijos.
Minhas roupas estão ali bem dobradas, e o outro das lágrimas secas e fingidas insiste em desarrumar minhas coisas. Prometo não repetir acerca de meus cigarros apagados, nem de meu cinzeiro branco. Tudo me pede pra deixar de dizer. Inclusive a tela azul do dvd. Acabou a "possível" inspiração.